segunda-feira, 9 de fevereiro de 2015

Aditivos para argamassa




O mercado oferece grande quantidade de tipos de aditivos que podem ser acrescentados às argamassas de revestimento, transformando as características do material e melhorando a eficiência em diversos aspectos. A seleção do aditivo deve atender a critérios técnicos ligados as características desejadas para as argamassas, levando em conta as matérias-primas utilizadas na produção das mesmas.

Tanto argamassas rodadas em canteiro como as industrializadas podem receber aditivos, embora geralmente as industrializadas já venham acrescidas de algum produto. Nos casos em que o aditivo é acrescentado na argamassa feita em obra, deve-se observar atentamente as instruções do fabricante. Alguns fornecedores oferecem visitas técnicas à obra e treinamento.

A NBR 13281, que traz requisitos para a argamassa para assentamento e revestimento de paredes e tetos, não define quantidades ou mesmo padrões de qualidade para os aditivos. O texto também não determina se é o engenheiro químico ou civil o responsável pela manipulação de aditivos na mistura da argamassa.

Na prática, a aditivação é feita pelos profissionais do canteiro e o responsável pela especificação acaba sendo o projetista. Os aditivos mais usados no Brasil atualmente são os incorporadores de ar, impermeabilizantes e condicionadores de aderência.

Incorporadores de ar

Este produto modifica a argamassa pela incorporação de microbolhas de ar, tornando-o mais homogênea e maleável. Daí o efeito plastificante do aditivo. É importante que as bolhas se mantenham estáveis ao longo da aplicação da argamassa e que tenham dimensões entre 0,02mm e 1mm, no máximo.

O ar é incorporado à mistura de acordo com a energia que se aplica na preparação. Ou seja, além da quantidade correta de aditivo, é preciso atentar ao tempo de mistura, para evitar o excesso de incorporação de ar. A betoneira não é o melhor equipamento para preparação de argamassa neste caso, mas sim o misturador de eixo horizontal.

A argamassa com incorporador de ar requer quantidade menor de água para alcançar a mesma plasticidade de uma argamassa não aditivada, já que as microbolhas retêm um pouco mais de água. Isso reduz a retenção e, portanto, diminui o risco de trincas. Por outro lado, as bolhas causam redução da resistência mecânica e da aderência. Outro efeito do aditivo é retardar a secagem da argamassa.

Impermeabilizantes

São aditivos que reduzem a absorção de água, ideal para aplicação em clima úmido e em reservatórios de água, como piscinas e tanques. No entanto, a impermeabilização é limitada, ou seja, não existe argamassa 100% impermeável. Como não há norma brasileira, toma-se como base as normas americanas, que determinam que o produto deve reduzir 50% da absorção em relação a uma argamassa não aditivada.

O aditivo impermeabilizante é especialmente sensível à dosagem. Em pequena quantidade, não faz efeito; em grande quantidade, pode ocasionar fissuras severas. Outro ponto importante a ser observado é a homogeneidade da mistura, para evitar que o aditivo se concentre apenas numa parte da argamassa, tornando os poros muito fechados e comprometendo a aderência.

Condicionadores de aderência

Esse tipo de aditivo melhora a aderência química da argamassa ao substrato. Composto por polímeros sintéticos, no Brasil é usado principalmente no chapisco. Dosagens mais baixas que o recomendado reduzem a eficiência, mas não prejudicam o resultado normal da argamassa e, mesmo nesse caso, pode-se perceber benefícios. Como é um polímero, também resulta em certo nível de impermeabilização e, se aplicado em excesso, causa falhas de aderência.

Há muitos outros tipos de aditivos no mercado. Os aceleradores, como diz o nome aceleram a secagem da argamassa. Os retardadores fazem justamente o oposto, permitindo a execução de panos maiores de revestimento. Já os estabilizadores são retardadores a longo prazo, travando a reação química por 48 horas ou até 72 horas.

Existem ainda inibidores de corrosão, indicados para áreas onde há maior contato da argamassa de revestimento com peças de aço. Os plastificantes e superplastificantes, mais comuns na argamassa industrializada, reduzem o consumo de água e melhoram a maleabilidade. As fibras são usadas para resolver problemas de retração ou em casos onde há tendência ao fissuramento. Por fim, os pigmentos são aplicados para colorir a argamassa.

Além da aplicação individual, os produtos podem ser combinados entre si, agregando mais qualidades à argamassa. Uma ressalva importante é que toda adição deve ser executada de acordo com as dosagens e orientações feitas pelos fabricantes. Um erro de dosagem pode comprometer o desempenho da obra.

Fonte: Revista Construção Mercado n.º130 da editora PINI

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