segunda-feira, 12 de janeiro de 2015

Argamassa projetada



Utilização de projetores de argamassa tende a crescer entre as construtoras que correm atrás de alternativas para diminuir a interferência humana e agilizar a execução de revestimentos

Produtividade, uniformidade e garantia de bom desempenho são algumas das características prontamente associadas as argamassas projetadas. Seja por canequinha ou bombas, o uso correto desses métodos de projeção, garantem os especialistas, traz uma série de vantagens para as construtoras que desejam minimizar interferências humanas, melhorar a performance das suas edificações e agilizar a etapa de execução dos revestimentos.

A projeção permite melhor compactação da argamassa por lançar o material em grânulos pequenos, que se acomodam melhor, diminuindo a quantidade de defeitos na interface entre a argamassa e a superfície, bem como o volume do material aplicado. Outro ponto alto da projeção é a garantia de constância da energia de lançamento obtido pelo uso de equipamentos, dificilmente alcançado manualmente. Essas características combinadas resultam em uma aderência maior e mais uniforme da argamassa.

Em função desses benefícios, a utilização da argamassa projetada é altamente recomendada em revestimentos internos e de fachadas. Atualmente, as empresas que pretendem partir para a mecanização encontram no mercado brasileiro dois tipos de projetores: por spray de ar comprimido com recipiente acoplado, popularmente conhecido como canequinha, e por bombas. O primeiro método ganhou força, principalmente entre as construtoras paulistas, graças a sua facilidade de operação, custo menor do equipamento e treinamento mais rápido da mão de obra, além de apresentar riscos menores de entupimento e dispensar o uso de argamassas especiais.

Já o projetor por bomba é uma tecnologia mais sofisticada, pois permite um fluxo continuo de projeção – ante o ciclo intermitente, de enche e esvazia, da canequinha -, garantido maior qualidade e produtividade da aplicação. Por outro lado, o método demanda argamassas especialmente engenheiradas para esse fim.

As argamassas para projeção são formuladas para reduzir o módulo de elasticidade. Além disso, recebem aditivos que reduzem a absorção de água e outros componentes que podem facilitar etapas posteriores de execução (como acabamento, por exemplo), garantindo menor tempo de puxamento e maior trabalhabilidade da massa. Tonelada por tonelada, esse tipo de argamassa é mais cara, mas, na hora de avaliar números, o importante é ponderar o custo final do metro quadrado da parede pronta.

Mudança de processos

A simples troca da colher de pedreiro pela bomba de projeção ou canequinha, no entanto, não é garantia de ótimo resultado no desempenho do revestimento. Na hora de avaliar o desempenho, é preciso avaliar o sistema como um todo e não apenas o equipamento.

O ideal é prever o uso dos projetores ainda na fase de projeto, já que a produtividade e viabilidade técnica e econômica da projeção são consequência direta da correta implantação e de outras condições relacionadas à própria obra. Em revestimentos externos, por exemplo, os custos devem ser avaliados levando em conta o desenho da fachada. Quanto mais complicado e detalhado for o projeto arquitetônico do revestimento, maior será o tempo gasto para realizar as etapas de seguintes à da projeção, interferindo no ganho de produtividade para a execução de todo o conjunto. A produtividade da equipe, em termos de homens-hora, aumenta consideravelmente enquanto ocorre o processo de projeção. No entanto, essa tecnologia demanda um tempo significativo de ajuste para colocar a máquina e a equipe em operação.

Garantir o perfeito funcionamento dos equipamentos em obra também é crucial para o bom desempenho do sistema. O projetor por bombeamento exige manutenção adequada, mas os problemas com entupimento podem ser facilmente evitados utilizando-se argamassas corretamente formuladas para esse fim e desde que os operários mantenham e respeitem os detalhes de uso da máquina. Após a jornada diária de trabalho, deve-se fazer a limpeza nos mangotes e, a cada intervalo de uso de mais de uma hora, a limpeza do bico de projeção.

Fonte: Anuário PINI construção 2012.

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